VII ENEI Minicursos

LINK PARA SESSÕES: Os participantes terão acesso ao link para participação nos Minicursos dentro da plataforma EVEN3: https://www.even3.com.br/vii-encontro-nacional-de-economia-industrial-e-inovacao-enei-325105/

MINICURSOS – VII ENEI

Número de Vagas: 30 vagas para cada minicurso (inicialmente)

Valor da inscrição: R$ 20,00

Inscrições: De 26/03/2023 até 21/05/2023*

Os formulários de inscrições estarão no Even3 de forma individual para cada minicurso.

* Quando chegar ao limite de vagas com pagamentos efetuados, o MINICURSO fecha as inscrições.

Formulário de Inscrição: https://www.even3.com.br/vii-encontro-nacional-de-economia-industrial-e-inovacao-enei-325105/

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Minicurso 1: Capitalismo de Plataforma: origem, desdobramentos e abordagens metodológicas

Expositores: Victo Silva (Radboud University) e Tulio Chiarini (IPEA)

Dia 22 de maio de 2023, entre 17h30min - 20h30min.

Carga-horária: ( X ) 03 horas/01 dia     (  ) 06 horas/02 dias     (  ) 09 horas/03 dias

Número de vagas: 30 vagas

Temática Principal: Na última década, novas tecnologias digitais alteraram a forma de organizar as atividades econômicas. Um dos elementos centrais neste processo são as plataformas digitais. O objetivo deste minicurso é duplo e dividido em duas partes. Na primeira parte, expomos as alterações na economia e na sociedade que se seguiram ao fenômeno da plataformização: novas formas de trabalho, a dinâmica econômica da apropriação e reutilização de dados, a nova geografia econômica das plataformas digitais e a governança de mercados privados. Em segundo lugar, buscamos apresentar ao público como a academia, inclusive no Brasil, tem se organizado para investigar este novo fenômeno, tanto em termos de linhas de pesquisa (economia industrial e mercados multilaterais; economia do trabalho e a gig economy; economia política e tecnoliberalismo) e de metodologias de pesquisa.

Contextualização, problematização e justificativa da proposta: As revoluções tecnológicas de fôlego tomam tempo, algumas décadas, para se consolidar. Isto acontece porque as instituições sociais morosamente se aclimatam às novas tecnologias. Por exemplo, embora o automóvel existisse no final do século XIX, apenas na metade do século XX foi possível testemunhar a “Sociedade do Automóvel” em todo o seu esplendor (e com todos seus efeitos positivos e negativos). Foi necessário o desenvolvimento de inúmeros bens complementares e infraestrutura, como estradas, mas também a adaptação institucional, em termos de normas, leis, hábitos, costumes, para que esse complexo tecnológico fosse absorvido no cotidiano. Na era digital, o padrão se repete: a velocidade da geração de novas tecnologias supera a inércia institucional, gerando um assincronismo entre o sistema tecno- econômico e o socioinstitucional (PEREZ, 1983). As redes existem desde pelo menos a década de 1980, mas apenas em períodos mais recentes ocorre o desenvolvimento de normas e o surgimento de novos hábitos e costumes sincronizados ao novo sistema tecnológico digital (SILVA; BONACELLI; PACHECO, 2020). As revoluções tecnológicas se desdobram em paradigmas tecno-econômicos, que se espalham por todo o tecido socioeconômico. As plataformas digitais podem ser entendidas, sob esta lente, como um elemento organizacional (GAWER, 2021), ou até mesmo morfológico (CASTELLS, 1996, 2009), fundamental deste novo paradigma tecno-econômico. Sob o signo da “plataformização”, as sociedades vêm organizando novas atividades econômicas e transformando atividades pré-existentes, ou seja, criando novos mercados e remodelando o sistema capitalista (ZUBOFF, 2019). Elas têm gerado novas formas de sociabilidade, de produção e de consumo cultural, afetando, portanto, em todo tipo de organização.

Muito embora a percepção sobre a importância das plataformas seja consensual, ainda há muita pouca reflexão sobre como este novo modelo de organização socioeconômica impacta os temas caros a economia industrial e da inovação. Se tomadas as áreas temáticas propostas pelo próprio ENEI, as plataformas digitais reverberam sobre a indústria, produtividade e competitividade ao afetar dinâmicas setoriais específicas (e.g., setor de produção e distribuição cultural, mídia, transações financeiras, sistemas operacionais) e alterar mecanismos de competição/preço, e.g., decomposição do preço nos dois lados de two-sided markets (ROCHET; TIROLE, 2003). Em termos de comércio internacional, cadeias de valor e internacionalização, o crescimento em importância das plataformas digitais tem impactos importantes sobre redes de valor digitais (HOWSON et al, 2021) e estratégias de internacionalização que dependem de externalidades within- e cross-country (STALLKAMP; SCHOTTER, 2019). Na linha de estratégias empresariais, financiamento e governança corporativa as plataformas tem inúmeras implicações. Inicialmente, a literatura sobre estratégia caminhou lado a lado com a literatura sobre competição no contexto de mercados bilaterais e multilaterais ocupados por plataformas (intermediários). Neste caso, a leitura predominante era de que a estratégia dominante seria de crescimento explosivo no número de participantes na plataforma, para alcançar um tipping point em que a dominação do mercado se consolidaria (GAWER, CUSUMANO, 2008). Mais tarde, outros autores demonstraram que esta dinâmica de winner-takes-all (WTA) nem sempre se aplica, e que estratégias de diferenciação também tem seu espaço na dinâmica de competição de plataformas (CENNAMO, SANTALÓ, 2013). Em termos de políticas públicas e regulação, as plataformas digitais afetaram consistentemente políticas industriais e comerciais, culminando em 2022 com a aprovação do Digital Markets Act na União Europeia; em termos de política de defesa da concorrência as plataformas tem promovido um intenso debate que questiona o paradigma da política tradicional de concorrência (PETIT; TEECE, 2021) perante os monopólios formados pelas empresas controladoras das grandes plataformas (KHAN, 2017), ao mesmo tempo em que alerta para os perigos de uma regulação populista e pouco informada sobre o tema (SHAPIRO, 2018; KATZ, 2019). Em termos de políticas de regulação e defesa do consumidor, o alcance das plataformas é também extenso e gerou não apenas a criação de novas leis como GDPR na União Europeia e LGPD no Brasil, mas também de organizações como a ANPD. No âmbito da linha de Tecnologia e Emprego as plataformas tem um impacto tão importante que o presidente recém empossado afirmou que regular as plataformas de trabalho no Brasil (e.g., iFood, Uber) será um objetivo de seu mandato, negando que estes profissionais de fato sejam microempresários1. A dimensão e o crescimento das plataformas digitais de trabalho (KÄSSI; LEHDONVIRTA, 2018; STEPHANY et al., 2021) é notável: entre 2015 e 2021, o número estimado de freelancers aumentou de 60 milhões para aproximadamente 160 milhões de indivíduos (KÄSSI et al., 2021).

Esta breve descrição de alguns pontos não faz jus ao impacto da plataformização (e de seus processos ancilares, como a “dataficação” e a “algoritmização”). No entanto, é suficiente para demonstrar como seria importante abrir um espaço no ENEI para discutir de forma sistemática e ampla a emergência deste novo modelo de organização disruptivo as atividades socioeconômicas.

1 https://extra.globo.com/economia-e-financas/lula-afirma-que-trabalhadores-de-aplicativos-nao-sao- microempreendedores-25646298.html

Tópicos:

o   Gênese das plataformas digitais: das redes as plataformas

o   Efeitos

o   Plataformização e democracia

o   Plataformização e trabalho

o   Geografia das plataformas

o   Agenda de pesquisa

o   Economia industrial

o   Economia do trabalho (gig economy)

o   Economia política

o   Brasil: um panorama da pesquisa sobre plataformas digitais

Coordenação: Victo Silva, Tulio Chiarini

Expositores: Victo Silva, Tulio Chiarini

Bibliografia Sugerida:

Obrigatória:

CUSUMANO, Michael A.; GAWER, Annabelle; YOFFIE, David B. The Business of Platforms: Strategy in the Age of Digital Competition, Innovation, and Power. London: Harper Business, 2019. (apenas Capítulos 1 e 2)

VAN DIJCK, José; POELL, Thomas; WAAL, Martijn De. The Platform Society: Public Values in a Connective World. Oxford: Oxford University Press, 2018. (apenas Capítulo 1)

LEHDONVIRTA, Vili. Cloud Empires. How Digital Platforms Are Overtaking the State and How We Can Regain Control. London, 2022. (apenas Introdução)

Complementares:

BELLEFLAMME, Paul; PEITZ, Martin. The Economics of Platforms. Cambridge: Cambridge University Press, 2021.

CHIARINI, Tulio et al. “Plataformas digitais”: mapeamento sistemático e interdisciplinar do conhecimento produzido nas universidades brasileiras, Texto para Discussão n. 2829. Brasilia: IPEA: 2022.

COHEN, Julie E. Between Truth and Power: The Legal Constructions of Informational Capitalism. Oxford: Oxford University Press, 2019.

DAVIES, Anna R. et al. Sharing economies: moving beyond binaries in a digital age. Cambridge Journal of Regions, Economy and Society, v. 10, n. 2, p. 209–230, 1 jul. 2017.

DOLATA, Ulrich; SCHRAPE, Jan-Felix. Platform Architectures: The Structuration of Platform Companies on the Internet., SOI Discussion Paper., no 2022–01. Stuttgart: 2022.

EVANS, David S.; SCHMALENSEE, Richard. Matchmakers. Boston: Harvard Business Review Press, 2016.

EVANS, Peter C.; GAWER, Annabelle. The Rise of the Platform Enterprise. A global survey. , The Emerging Platform Economy Series No. 1. New York: [s.n.], 2016.

FRENKEN, Koen; FUENFSCHILLING, Lea. The Rise of Online Platforms and the Triumph of the Corporation. International Journal for Sociological Debate, v. 14, n. 03, p. 101–113, 2020.

GAWER, Annabelle. Bridging differing perspectives on technological platforms: Toward an integrative framework. Research Policy, v. 43, n. 7, p. 1239–1249, set. 2014.

GAWER, Annabelle. Digital platforms and ecosystems: remarks on the dominant organizational forms of the digital age. Innovation, Organization & Management, p. 1–15, 17 set. 2021.

JACOBIDES, Michael G; LIANOS, Ioannis. Regulating platforms and ecosystems: an introduction. Industrial and Corporate Change, v. 30, n. 5, p. 1131–1142, 2021.

KENNEY, Martin; ZYSMAN, John. The platform economy: restructuring the space of capitalist accumulation. Cambridge J. of Reg., Econ. and Society, v. 13, n. 1, p. 55–76, 2020. (*)

KENNEY, Martin; ZYSMAN, John. The Rise of the Platform Economy. Issues in Science and Technology, v. 32, n. 3, p. 61–69, 2016.

KROM, Pim; PISCICELLI, Laura; FRENKEN, Koen. Digital Platforms for Industrial Symbiosis. Journal of Innovation Economics & Management, v. N° 39, n. 3, p. 215–240, 2022.

LI, Zhongjin; QI, Hao. Platform power: monopolisation and financialisation in the era of big tech. Cambridge Journal of Economics, p. 1–26, 2022. (*)

MANSELL, Robin; STEINMUELLER, W. Edward. Advanced introduction to platform economics. Cheltenham: Edward Elgar, 2020.

PARKER, Geoffrey G.; ALSTYNE, Marshall W. Van; CHOUDARY, Sangeet Paul. Platform Revolution: How Networked Markets Are Transforming the Economy and How to Make Them Work for You. New York: Norton & Company, 2016.

PARKER, Geoffrey; PETROPOULOS, Georgios; VAN ALSTYNE, Marshall. Platform mergers and antitrust. Industrial and Corporate Change, v. 30, n. 5, p. 1307–1336, 31 dez. 2021.

PLANTIN, Jean-Christophe; PUNATHAMBEKAR, Aswin. Digital media infrastructures: pipes, platforms, and politics. Media, Culture & Society, v. 41, n. 2, p. 163–174, 2019. (*)

RIKAP, Cecilia; LUNDVALL, Bengt-Åke. Big tech, knowledge predation and the implications for development. Innovation and Development, p. 1–28, 7 dez. 2020.

RIKAP, Cecilia; LUNDVALL, Bengt-Åke. The Digital Innovation Race. Conceptualizing the Emerging New World Order. Cham: Palgrave MacMillan, 2021.

SILVA, Victo José; BONACELLI, Maria Beatriz Machado; PACHECO, Carlos Américo. O sistema tecnológico digital. Revista Brasileira de Inovação, v. 19, p. 1–31, 28 dez. 2020.

SILVA, Victo José; CHIARINI, Tulio. Technological progress and political systems: Non-institutional digital platforms and political transformation. Technology in Society, v. 64, p. 101460, 2021.

SILVA, Victo José; CHIARINI, Tulio. The Platformization of Science: Towards a Scientific Digital Platform Taxonomy. Minerva, v. 61, p. 1-19, 2023.

SILVA, Victo José; CHIARINI, Tulio; RIBEIRO, Leonardo da Costa. Viagens de descobrimento: mapeando a geografia da economia de plataformas. ANAIS. ENEI. São Paulo: Editora Blucher, maio 2022. p. 374–394.

SRNICEK, Nick. Platform Capitalism. Cambridge (UK): Polity Press, 2017. (*)

STALLKAMP, Maximilian; SCHOTTER, Andreas P. J. Platforms without borders? The international strategies of digital platform firms. Global Strategy Journal, v. 11, n. 1, p. 58–80, 2021. (*)

TEECE, David J. Profiting from innovation in the digital economy: Enabling technologies, standards, and licensing models in the wireless world. Research Policy, v. 47, n. 8, p. 1367–1387

VAN DIJCK, José. Seeing the forest for the trees: Visualizing platformization and its governance. New Media & Society, p. 1–19, 8 jul. 2020.

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Minicurso 2: Proposições para a reindustrialização: há espaço para uma política entre o negacionismo e o voluntarismo?

Dias 22, 23 e 24 de maio de 2023, entre 18h30min - 21h30min.

Carga-horária: (  ) 03 horas/01 dia     (  ) 06 horas/02 dias     ( X ) 09 horas/03 dias

Número de vagas: 30 vagas

Temática Principal: A indústria é o motor mais importante do desenvolvimento econômico por uma razão principal (e uma série de razões acessórias): é por meio da indústria, de seus produtos característicos, que se propagam por todo o sistema econômico os ganhos de advindos da incorporação dos conhecimentos científicos e tecnológicos. Todas as demais razões – acessórias – que justificam a promoção da indústria são ínfimas perto desta única razão superior que justifica a existência de uma atividade manufatureira. Grande ou pequena, em crescimento ou não, mesmo em decrescimento, nada disso é mais importante do que a consecução dessa propriedade fundamental para o aumento da produtividade geral e o desenvolvimento. É esse o quesito que deve organizar a avaliação da indústria que tivemos, temos ou queremos ter. As consequências para a formulação de uma política industrial neste novo ciclo são fundamentais e separam as chances de sucesso do fracasso desenhado. O mero apoio à indústria é insuficiente para assegurar os propósitos de um desenvolvimento produtivo da indústria e da economia em geral, quando não é realmente contraproducente. Por isso, o desenho da política industrial tem que evitar erros que já foram cometidos e prevenir-se contra outros que possam ser evitados.

Contextualização, problematização e justificativa da proposta: O desenvolvimento brasileiro não pode prescindir da indústria, mas isso não é consensual, o que impede a construção de propostas temporalmente sustentáveis. A superação dessa fragilidade envolve a persuasão de segmentos que abdicaram da indústria, tanto quanto o reconhecimento de nossas limitações materiais e institucionais. Depois de mais de 4 decênios de fragilização das capacidades industriais e de fragmentação de nossas instituições públicas, privadas e associativas, o esforço de reindustrialização – em novas bases – envolve necessariamente uma combinação engenhosa entre comedimento e ousadia, seletividade e abrangência, horizontes curtos e longos. Envolve também o reconhecimento, nem sempre evidente ou fácil, de que a indústria não é um objetivo, mas um meio para alcançar os verdadeiros objetivos de qualquer política de desenvolvimento: a melhoria do bem-estar, expresso em produtos melhores e mais abundantes, trabalhos de melhor qualidade, processos mais limpos e sustentáveis e uso mais harmonioso dos recursos naturais.

A proposta deste minicurso é explorar avanços da política industrial considerando as necessidades impostas pelo momento atual, de riscos ambientais extraordinariamente elevados, acrescidos pelos conflitos bélicos perturbadores da globalização, mas levando em conta ao mesmo tempo as dificuldades do ambiente doméstico e das suas restrições.

Tópicos:

1.     Releitura da industrialização: até onde de fato fomos?

2.     Experimentos de política industrial desde o II PND (1975-79)

3.     A estabilização do real e os custos para a indústria e as capacidades estatais

4.     O legado macroeconômico e as suas conveniências sociais e políticas

5.     Novas fronteiras do capital e a indústria remanescente

6.     As políticas industriais brasileiras no século 21 e seus resultados

7.     Uma política industrial em “dois tempos”: soerguimento da economia e transformações

8.     Os princípios orientadores:

a.      Comedimento e ousadia

b.     Seletividade e abrangência

c.      Curto e longo prazo

d.     Capacitações institucionais e convergências sociais e políticas

9.     Frentes de atividades para a consecução de missões: cidades e mobilidade, com sustentabilidade e promoção da equidade (coesão social); agricultura sustentável, segurança alimentar e saúde; e transição energética.

10.  Desafio dos atores

a.      Empresas, atividades e regiões;

b.     Governo federal e entes subnacionais;

c.      O papel dos trabalhadores, sindicatos e representação sindical.

Coordenação: João Furtado (Poli/USP)

Expositores:

·       Fernanda Feil (FINDE/UFF) – financiamento da transição verde

·       João Furtado (Poli/USP)

·       Luis Paulo Bresciani (DIEESE & FGV) – missões (caso o LP não faça essa apresentação na mesa de política industrial em montagem pelos organizadores)

·       Um apresentador para tratar os instrumentos em elaboração no BNDES

·       Um apresentador para tratar propostas em elaboração para a energia eólica offshore (Petrobras)

Bibliografia Sugerida: a ser definida. Serão selecionados artigos curtos produzidos e publicados na imprensa e representativos das principais posições em debate, com ênfase entre aquelas que defendem a necessidade de políticas de desenvolvimento; e documentos públicos das principais instituições promotoras das políticas de desenvolvimento.

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Minicurso 3: Avaliação de resultados e impactos da P&D e da inovação

Expositores: Adriana Bin (FCA/UNICAMP), Ana Maria Carneiro (NEPP/UNICAMP) e Sergio Salles-Filho (DPCT/IG/UNICAMP)

Dia 22 de maio de 2023, entre 18h30min - 21h30min.

Carga-horária: ( X ) 03 horas/01 dia     (  ) 06 horas/02 dias     (  ) 09 horas/03 dias

Número de vagas: 30 vagas

Temática Principal:  O curso tem como objetivo apresentar conceitos e abordagens metodológicas fundamentais da avaliação de resultados e impactos de políticas, programas, projetos e instituições.

Contextualização, problematização e justificativa da proposta: A avaliação de resultados e impactos tem sido crescentemente considerada um aspecto fundamental no contexto da gestão de políticas e estratégias. No campo da ciência, tecnologia e inovação (CTI), já existe uma longa tradição de realização de avaliações desta natureza, muito embora a institucionalização desta prática ainda não esteja completamente desenvolvida, em especial quando consideramos o contexto da América Latina e particularmente do Brasil. Neste contexto, entende-se como relevante o desenvolvimento e a difusão de abordagens metodológicas e técnicas capazes de mensurar o que é e o que não é esperado de políticas de estratégias de CTI, assim como seus efeitos em diferentes dimensões.

Tópicos:

- Conceitos fundamentais da avaliação

- Atribuição de causalidade

- Visão geral de técnicas quantitativas, qualitativas e mistas

- Casos de avaliação

- Tendências recentes no campo de avaliação em PDI

Coordenação:

Adriana Bin: FCA/Unicamp

Ana Maria Carneiro: NEPP/Unicamp

Sergio Salles-Filho: DPCT/IG/Unicamp

Expositores:

Adriana Bin: FCA/Unicamp

Ana Maria Carneiro: NEPP/Unicamp

Sergio Salles-Filho: DPCT/IG/Unicamp

Bibliografia Sugerida:

Bakhshi, H. et. al Assessing an experimental approach to industrial policy evaluation: Applying RCT+ to the case of Creative Credits. Research Policy, 44 (2015), p. 1462–1472 https://doi.org/10.1016/j.respol.2015.04.004

Bin, Adriana; Salles-Filho, Sergio ; Spatti, Ana Carolina ; Mena-Chalco, Jesús Pascual ; Colugnati, Fernando Antonio Basile . How much does a Ph.D. scholarship program impact an emerging economy research performance?. SCIENTOMETRICS, v. 1, p. 1, 2022.

Curry, Stephen; Gadd, Elizabeth; Wilsdon, James (2022): Harnessing the Metric Tide: indicators, infrastructures & priorities for UK responsible research assessment.. Research on Research Institute. Report. https://doi.org/10.6084/m9.figshare.21701624.v2

Edler, J. et al. (2012). The practice of evaluation in innovation policy in Europe. Research Evaluation, 21, 167–182. https://doi.org/10.1093/reseval/rvs014

Fischer, B., Salles-Filho, S., Zeitoum, C. and Colugnati, F. Performance drivers in knowledge-intensive entrepreneurial firms: a multidimensional perspective”, Journal of Knowledge Management, 26(5), pp. 1342-1367, 2022.

Gertler, P. J.; Martinez, S.; Premand, P.; Rawlings, L. B.; Vermeersch, C. M. J. (2016). Impact Evaluation in Practice. The World Bank: Washington. https://publications.iadb.org/publications/portuguese/document/Avalia%C3%A7%C3%A3o-de-impacto-na-pr%C3%A1tica-Segunda-edi%C3%A7%C3%A3o.pdf

Leeuwe, F.; Vaessen, J. (2009). Impact Evaluations and Development:  NONIE Guidance on Impact Evaluation. Working Paper 57490.  Washington D.C.: The World Bank. http://documents1.worldbank.org/curated/en/411821468313779505/pdf/574900WP0Box351BLIC10nonie1guidance.pdf

Link, A.N.; Scott, J.T. (2013). The Theory and Practice of Public-Sector R&D Economic Impact Analysis. In: LINK, A.N.; VONORTAS, N.S. (Ed.) Handbook on the Theory and Practice of Program Evaluation. Cheltenham: Edward Elgar. Ch. 2.

Salles Filho, S. L. M. ; Bin, A. ; Bonilla, K. ; Colugnati, F. . Effectiveness by Design: Overcoming Orientation and Transaction Related Barriers in Research-Industry Linkages. RAC. REVISTA DE ADMINISTRAÇÃO CONTEMPORÂNEA (ONLINE), v. 25, p. 1-22, 2021.

Salles-Filho, S.; Bonacelli, M. B. M.; Carneiro, A. M.; Castro, P. F. D.; Santos, F. O. Evaluation of ST&I programs: a methodological approach to the Brazilian Small Business Program and some comparisons with the SBIR program. Research Evaluation, v. 20, n. 2, p. 159–171, Junho 2011.

Stern, E. et al. (2012). Broadening the Range of Designs and Methods for Impact Evaluations: Report of a study commissioned by the Department for International Development. Department for International Development Working Paper 38. https://repository.fteval.at/126/1/Broadening%20the%20range%20of%20designs%20and%20methods%20for%20impact%20evaluations.pdf

Weiss, C. H. Evaluation: Methods for Studying Programs and Policies. Prentice Hall, 1988.

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Minicurso 4: Analisando mudança estrutural a partir de matrizes de insumo-produto

Expositores: Kaio Vital (IE/UFRJ) e Patieene Passoni (IE/UFRJ)

Dia 23 e 24 de maio de 2023, entre 18h30min - 21h30min.

Carga-horária: (  ) 03 horas/01 dia     ( X ) 06 horas/02 dias     (  ) 09 horas/03 dias

Número de vagas: 40 vagas

Temática Principal: Análise Insumo-Produto

Contextualização, problematização e justificativa da proposta:

A análise de insumo-produto é um dos métodos mais amplamente aplicados para analisar mudanças estruturais nas economias e impactos de formulação de políticas econômicas, levando em consideração a interdependência de setores e países. Desenvolvido por Wassily Leontief (Prêmio Nobel de Economia 1973) na década de 1930, a análise de insumo-produto recentemente recebeu grande atenção da comunidade acadêmica e dos formuladores de políticas na avaliação das consequências econômicas da pandemia da Covid-19, na análise de impactos ambientais e socioeconômicos do comércio internacional e na investigação do processo de mudança estrutural em economias desenvolvidas e em desenvolvimento.

O objetivo do curso é duplo. Em primeiro lugar, pretende-se introduzir os fundamentos da análise insumo-produto, seus aspectos teóricos e práticos a questões relacionadas à impactos sobre renda, emprego, comércio internacional e meio ambiente. Em segundo lugar, serão apresentados e discutidos desenvolvimentos, extensões e aplicações recentes da análise de insumo-produto para o estudo de questões ambientais.

Tópicos:

1.      Noções básicas de insumo-produto e contabilidade nacional;

2.      Análise de insumo-produto estendida ambientalmente: aspectos teóricos;

3.      Análise de insumo-produto multipaíses

4.      Indicadores sintéticos de insumo-produto e multiplicadores

5.      Análise de decomposição estrutural

6.      Energia, meio ambiente e recursos naturais: aplicações

Coordenação:

Grupo de Trabalho em Análise Estrutural (GRTAE-GIC-UFRJ)

Expositores:

Kaio Vital – Professor Adjunto do Instituto de Economia da UFRJ

Patieene Passoni – Professora do Instituto de Economia da UFRJ

Bibliografia Sugerida:

Costa, Kaio Vital; CASTILHO, Marta; PUCHET, Martín. Fragmentación productiva, comercio exterior y complejidad estructural: análisis comparativo del Brasil y México. Revista CEPAL, 2021.

Costa, Kaio Vital. Medindo upgrading estrutural: uma análise a partir de componentes principais. Nova Economia, v. 32, n. 2 (Especial ENEI), forthcoming 2022.

Esther Dweck, Carolina Troncoso Baltar, Marília Bassetti Marcato & Camila Unis Krepsky (2022) Labor Market, Distributive Gains and Cumulative Causation: Insights from the Brazilian Economy, Review of Political Economy

KREPSKY, Camila Unis. Output Growth and Household Consumption in Brazil from 2000 to 2016: A Structural Decomposition Analysis. Masters diss., Federal University of Rio de Janeiro, 2019.

MILLER, Ronald E.; BLAIR, Peter D. Input-output analysis: foundations and extensions. Cambridge university press, 2009.

PASSONI, P.; FREITAS, F. N. P. Estimação de Matrizes Insumo-Produto anuais para o Brasil no Sistema de Contas Nacionais Referência 2010. Texto para Discussão, IE-UFRJ, n. 025/2020, 2020.

PASSONI, Patieene; FREITAS, Fabio. Como deflacionar matrizes insumo-produto? Uma proposta de uma série deflacionada para o Brasil no SCN 2010. Texto para Discussão, 030/2022, Instituto de Economia/IE, UFRJ. 2022.