V ENEI Edição Comemorativa

A Associação Brasileira de Economia Industrial (ABEIN) e a Revista Brasileira de Inovação (RBI) estão organizando uma Edição Especial comemorativa ao IV Encontro Nacional de Economia Industrial e Inovação (ENEI).

Editores:

Antônio Carlos Diegues (IE - Unicamp) e José Eduardo Roselino (UFSCar

Email : diegues@unicamp.br  e jeroselino@ufscar.br

Contexto

As últimas décadas são marcadas por importantes transformações na organização e  na dinâmica da produção em escala global. Inicialmente, a transição do paradigma  tecno-econômico chandeleriano para aquele baseado na empresa em rede esteve  associado à reconfiguração geográfica da distribuição das atividades manufatureiras. Como resultado deste movimento observou-se a consolidação da ‘fábrica asiática’  associado à reconfiguração geográfica da distribuição das atividades manufatureiras organizada em torno da China como novo centro da produção industrial global.  Paralelamente, esse novo paradigma também teve importantes impactos na dinâmica  concorrencial e inovativa empresarial, modificando os determinantes da criação de  assimetrias competitivas principalmente por parte das empresas comandantes destas  redes globais.

Assim, observou-se a tendência de concentração de atividades mais intensivas  em conhecimento em países desenvolvidos em paralelo ao movimento de  espraiamento para alguns países das atividades estritamente manufatureiras.  Entretanto, a partir da adoção de políticas industriais sólidas, um conjunto de países –  principalmente asiáticos, têm conseguido avançar na direção da construção de  processos de aprendizado que viabilizam o upgrading produtivo e tecnológico nessas  redes globais de produção.

É exatamente como reação a este fenômeno e ao acirramento das pressões  competitivas pós crise de 2008 que se tem observado por parte das principais nações  desenvolvidas do mundo iniciativas de política industrial com o intuito de se viabilizar  profundas transformações no atual paradigma tecno-econômico. Tais transformações,  materializadas no que se convencionou denominar de Indústria 4.0, teriam como  objetivo reafirmar a liderança produtiva e tecnológica destes países. Neste contexto, tem-se observado no Brasil, mesmo durante o período de pujança econômica na  primeira década dos anos 2000, um processo de regressão da estrutura produtiva, o  qual é agravado pelo atual duplo enfrentamento colocado à indústria brasileira: (a) a  competição por parte da ‘fábrica asiática’ e (b) os desdobramentos derivados da  transição para o paradigma da Indústria 4.0.